Néftis, Hátor, Ísis;
Maria de
Bethânia, Maria Madalena, Mãe Maria;
Tara
Vermelha, Tara Verde, Tara Branca;
Morgana, Guenevere, Dama do Lago...
O feminino faz uma presença marcante
na vida dos Iniciados, porque ele traz energias complementares a toda grande Missão
ou a toda realização completa de vida.
E este feminino se apresenta de uma
maneira tríplice, pois trinos são os planos psíquicos do ser humano, primeiramente
em evolução, depois em iniciação e finalmente em ascensão. Trata-se dos planos segundo,
quarto e sexto de consciência, relacionados respectivamente às energias do
Emocional (“paixão”), da Intuição (“amor”) e da Identificação (“compaixão”).
Em “complemento” a isto, se poderia
evocar uma tripla energia masculina, para representar os outros três planos (ou
o primeiro, o terceiro e o quinto plano de consciência), e que se acha
personificada através dos três Mestres com que um Iniciado deve poder contar no
começo, na fase central e no final de sua jornada espiritual, tal como os três
Reis Magos que se apresentaram ante Jesus (numa outra esfera, se trata do
Cristo cósmico, do Adepto universal e do Instrutor pessoal).
Estas seis figuras consolidam na vida
do Iniciado, aquilo que podemos chamar de “o Selo da Alma”, formando uma
Estrela-de-Sabedoria de seis pontas que lhe servem de proteção universal (não
pessoal, mas para atuar no Todo) e até como um “grupo ascencional” (Merkabah)
providencial, em meio à qual o próprio Iniciado emerge como a Sétima Figura
consagrada (especialmente em se tratando de um Bodhisatwa consumado).
Não obstante, existe também a Figura
oculta do Senhor do Mundo por detrás de tudo isto, o Iniciador Único que
representa o Sétimo Secreto neste contexto ascensional, e ante o qual todo o
Iniciado é conduzido na Terceira Iniciação pelas mãos dos seus Dois Padrinhos
de Iniciação, para receber o seu Batismo de Fogo e, através disto, conhecer as
luzes da Iniciação Verdadeira...
Num certo sentido, aquilo que temos
acima descrito, representa uma aproximação do Regulamento do Nagual descrito
por Carlos Castañeda em “O Presente da Águia”, especialmente tendo em conta que
cada Nagual inclui um grupo de dez membros (cinco homens e cinco mulheres, cada
qual com seu papel específico), e que todo o grupo do Nagual anterior atua em
uníssono para instruir o Nagual sucessor, sob a orientação no velho Nagual e,
indiretamente, também os membros no novo grupo. Alguns mandalas orientais
também fariam referência a estas realidades.
Para o Iniciado que vive os seus processos
avançados, as “energias” femininas auxiliam a superar as crises maiores da
iniciação, capazes que são de destruir virtualmente os seus veículos materiais,
enquanto ele realiza os esforços para “ressurgir das cinzas” como a Fênix, com
o precioso auxílio das energias femininas...
Assim, a energia da paixão auxilia a
redespertar o seu vigor e a sua humanidade latente; a energia do amor redefine
os seus rumos pessoais no sentido da unidade e de retorno; e a energia da
compaixão restaura e remete à missão superior que se acha no seu destino
abraçar.
Ísis e Néftis realizaram um
reconhecido trabalho de cura e restauração ante o corpo desfacelado de Osíris.
E as “Três Marias” permaneceram sempre junto a Jesus nos três anos (não três
dias) que tardou entre a crucificação iniciática e a sua ascensão espiritual.
Madalena foi a última a estar com o Mestre e o viu no seu ressurgir.
A menção recorrente que as Histórias
sagradas fazem do papel do feminino nas epifanias, termina por representar uma
concessão ante os mistérios que ocultam intencionalmente o surgimento dos seres
divinos, elaborados pela dogmática das igrejas, e que comumente escondem e
selecionam inúmeros dados da biografia histórica destes Seres. Então ele faz a
sua presença constante, e pelo visto ninguém até hoje percebeu que foi apenas por
Jesus entregar-se aos cuidados de Betânia (com suas unções), que fez Judas decidir-se
(por avaro ou ciumento) finalmente por trair o Mestre (cf. Mt 26:9 ss).
Contudo, é bem mais conhecida a rivalidade existente entre São Pedro e Maria
Madalena, a qual era a grande líder da igreja popular do Cristo.
Todas estas presenças femininas
oferecem experiências poderosas e transformadoras na vida de um Buda ou
Bodhisatwa, ou seja: a energia vermelha da Tara instiga e desperta; a energia
verde da Tara unifica e direciona; e a energia branca da Tara cura e sublima.
Por esta razão, um Iniciado poderia
chegar a supor que qualquer uma delas seja a sua “alma-gêmea”, não fosse ter
ele já consumado o contato com a sua verdadeira alma-gêmea, não deixando margem
a dúvidas desta natureza.
Neste caso, a sua alma-gêmea estará
representada pela energia central de AMOR, aquela relacionada ao chakra do
coração (quarto plano, energia de “Intuição”, cor verde), personificada nas
lendas pelas figuras de Hátor, Madalena, Tara Verde e Guenevere. É o mágico
“caminho do meio” libertador, que se revela absoluto por reunir e sublimar os
opostos cósmicos de céu e terra. E é ela que confere o mais importante de tudo,
que é o estímulo central de ressurreição, ante as crises capitais da iniciação
ou, a bem da verdade, da própria Iluminação...
Nos mitos, sempre existe algum
parentesco entre estes seres, e até mesmo com o próprio Iniciado, mas se trata
isto na verdade de uma afinidade
vibratória, dentro dos campos de energias afins aos do Iniciado.
A partir de certo estágio de
evolução, um Iniciado atrai apenas aquelas pessoas que são mais afins à sua
própria vibração, uma vez que o arco de energias com que trabalha se estreita numa
Unidade e se identifica com o Si Mesmo.
Tais energias podem ser
astrologicamente identificadas, dentro de um espectro amplo de signos que regem
a existência do Iniciado, sob diferentes zodíacos complementares.
Para maiores detalhes sobre este
assunto, remetemos o estudante à nossa obra “Matriarcado & Nova Era”, LAWS, Ed.
Agartha, AP.
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